17 de novembro de 2009

(des)prazer.

gostava que as pessoas não tivessem manifestações de intimidade em elevadores públicos. gostava de não ver a filiação partidária como limitador de pensamento crítico. gostava que a moda do eyeliner e das pestanas postiças chegasse efectivamente cá. gostava que as pessoas não participassem em manifestações pelo convívio social, esquecendo assim o verdadeiro significado da palavra manifestação. gostava que o aproveitamento mediático de seres ignóbeis acabasse. gostava que as pessoas percebessem que vinte icebergues da antárctida a caminho da nova zelândia não é uma coisa normal. gostava que o nobel da paz não tivesse adiado a discussão dos direitos fundamentais do tibete na sua viagem à china. gostava que o hugo chávez não tivesse um programa na televisão venezuelana. gostava que os "pollution heavens" acabassem. gostava que os correios não fossem entupidos de publicidade desnecessária. gostava que se entedesse o que é um programa eleitoral e a sua legitimidade política. gostava que as notas de crédito da tmn não demorassem séculos a ser creditadas. gostava que as políticas públicas para a cultura não flutuassem como patos na banheira. gostava que a lei dos suspeitos não tivesse existido e não tivessem cortado a cabeça ao lavoisier. gostava que fosse feita uma edição capaz d'a morte em veneza do thomas mann. gostava que o site do banco central europeu fosse mais funcional. gostava que oferecessem tratamento psicológico a uma pessoa que é apanhada a conduzir quarenta e uma vezes sem carta. gostava que ficasse claro que a igreja católica é uma instituição privada. gostava de saber se há fundos comunitários depois do QREN. hoje, era isso que eu gostava.

2 comentários:

  1. mas não é claro que a igreja é privada? desde o liberalismo que há essa separação e até salazar a continuou. o eyeliner chega até onde tu quiseres e elevadores públicos só servem para manifestações de intimidade, aquilo de subir e descer é tudo desculpas.

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  2. opá, eu acho que às vezes não é. são assustadores alguns dos comentários que se fazem nessa matéria. medo.

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